Monte da Oliveiras - Desse local podemos ter uma visão privilegiada de Jerusalém. Em primeiro plano o cemitério; na área central à direita o Muro das Lamentações e Domo da Rocha, local sagrado para os muçulmanos. A Cúpula da Rocha recebeu este nome devido à grande rocha circunscrita a ela que foi usada em sacrificios e constitui uma das razões pelas quais a cidade de Jerusalém é considerada Cidade Santa por várias religiões. Segundo a tradição judaica, foi nessa rocha que Abraão preparou o sacrifício do seu filho Isaac a Deus e onde, mil anos antes de Cristo, o Rei Salomão construiu o primeiro templo.

Nesta última fase de postagem das imagens de Israel, colocarei aquelas que identificam alguns lugares interessantes e que valem a pena conhecer. Esta foto da Cidade Velha de Jerusalém me lembra muito a iluminação presente em outra imagem que postei anteriormente de São Paulo - Estação da Luz. Porém com a diferença de horário, esta foi captada pela manhã e aquela ao final da tarde.

Acabei optando nesta fase por colocar uma série de imagens de Israel, pois me parece ser necessário olhar várias sequencias, várias faces para podermos entender um pouco mais deste universo. O Arco de Wilson é uma área de oração ao ar livre no lado reservado aos homens, e continua por uma abertura na parede no lado norte, a passagem foi descoberta por um explorador britânico em 1860. Dentro desta área está um volumoso arco que originalmente foi construído por Herodes. Ali existe uma biblioteca onde se podem estudar os escritos sagrados.

Diversidade é uma palavra que define bem o que podemos encontrar nos limites da Cidade Velha.

Jerusalém - 2.001 - Muro das lamentações A parede construida por Herodes no primeiro século a.c. é o lugar mais santo no mundo para os Judeus. Rabinos oram e ensinam os principios da Torá, enquanto jovens se dedicam a leitura e a ouvir estes ensinamentos que passam de geração em geração.

Jerusalém - Muro das Lamentações - 2.001 - Esquerda ou direita? Os pontos de atenção de cada uma das pessoas está em ladosdiametralmente opostos, enquando caminham com suas crianças. Vejo a suavidade do caminhar registradas nos passos descolados do chão, com a sola dos sapatos expostas.

Jerusalém - 2.001
Mais algumas imagens da Cidade Velha. Revendo os arquivos acebei por selecionar imagens desta viagem, que estarei colocando pelos próximos dias. O caminho será o de apresentar um pouco da arquitetura, da beleza dos lugares, alguns detalhes e o apressado povo que habita esta enigmática Cidade.

Jerusalém - Israel - 2.001 - Cidade Velha - dentro das muralhas, entrando pela Torre de David, podemos percorrer este espaço sagrado. Habitam, oram e caminham pelo mesmo espaço, Cristãos, Muçulmanos e Judeus. Nas estreitas vias estendem-se inúmeros estabelecimentos comerciais, lado a lado, configurando um verdadeiro mercado. Nestas mesmas vielas brincam as crianças, andam os religiosos, apressam-se os fiéis, pode ser a caminho do Muro das Lamentações (Judeus), alguma Mesquita (Muçulmanos) ou refazendo a Via Crucis (Cristãos). Séculos de história e fé se fecham nesse território; realmente só caminhando por estas vias para termos idéia deste convívio de diferentes crenças e profissões de fé.

São Paulo - Estação da Luz - 2.001 - A primeira destas imagens chamei de "Idade da Luz", uma alusão ao casal de idosos e ao fato de ter sido clicada em frente à estação da Luz. É uma das imagens que gosto muito, pela luz presente e pelos movimentos dos passos sincronizados e congelados no ar. A leveza da luz por sobre os blocos de pedra do piso e pela calçada criam um tapete para estas pessoas deslizarem com suavidade, sempre pressa, sabe-se lá em que direção.... Em direção oposta a mulher desfila: passo no ar, elegante e também sabe-se lá para onde vai, mas parece estar com mais pressa.

A velhice (Olavo Bilac)

Olha estas velhas árvores, mais belas

Do que as árvores moças, mais amigas,

Tanto mais belas quanto mais antigas,

Vencedoras da idade e das procelas...

Itaunas/ES - 2.000 - Presidente Prudente/SP - 2.000. Ponto de Vista - nestas duas imagens o nível do fotógrafo/observador está abaixo e com certa distância da cena de interesse, exigindo o uso de uma tele-objetiva. Destaco ainda a dispersão dos elementos pelo horizonte, no caso da praia, provocando a sensação de movimento de ida e vinda em vasta profundidade de campo, ou o contra-luz demarcando os contornos animais, as características da vegetação e a área maior de enquadramento dedicado ao céu, que amplia a dimensão da cena.

São Paulo - 2.002 - A maior cidade da América Latina ainda tem carroças em suas vias. Esta é uma imagem captada de cima do Elevado da Avenida São João (Minhocão), numa manhã de domingo. Em imagens anteriores eu já havia trabalhado com reflexos; nesta as sombras, duplicando uma imagem ou apresentando a existência dela somente pela sombra aparente, sem termos o objeto principal em plano será o ponto de partida para observarmos a expansão de uma imagem pela duplicação por sombra, ampliando o ponto de interesse e ainda sugestionando que algo do passado só possa estar mesmo saindo das sombras.

Hannover - 2.003 - HerrenHaus Garten e Universitat. A idéia básica nestas imagens é a geometria e a profundidade de campo. Em ambas as imagens, uma com ponto de vista inferior e outra superior, onde podemos encontrar um ponto de fuga com larga profundidade de campo. Fazer convergir o olhar para este único ponto foi o objetivo dessa seleção. Associo ainda As orientações geométricas do piso, das colunas e dos arcos da Universitat e a poda milimetricamente executada nas árvores do HerrenHaus Garten.

São Paulo - 2.000 - Avenida Paulista, em uma das caminhadas fotográficas com a turma do Senac, na época coordenada pelo André Douek, a quem sempre chamo de mestre, pois foram nestas caminhadas que meu gosto pela fotografia só cresceu. Era noite de dezembro, estávamos pela Paulista para fazer fotos dos prédios enfeitados para o Natal, mas foi nesta esquina, após um pouco de chuva que captei essa imagem refletida e ainda ousei em uma segunda imagem dar um pequeno giro na camera que estava fixa no tripé. E assim as fotos vão acontecendo, sempre estejam atentos a cada reflexo, a cada pedaço de imagem que sempre está contida em outras imagens, em um canto qualquer desta cidade maravilhosa. Gosto muito da arquitetura das cidades, de ficar recortando seus detalhes, e fotos noturnas sempre são carregadas de detalhes que muitas vezes a pressa e a multidão do dia não nos deixa observar.

Praga - 2.003 - Acabei entrando no CD de Praga que eu já tinha com muitas imagens scaneadas, e com isto resolvi publicar uma série de imagens desda bela Cidade. Decidi por voltar num assunto que já havia comentado quando coloquei umas fotos de Buenos Aires (Cemitério da Recoletta); o da arte tumular. Continuo no argumento de que nestes locais há muita tranquilidade que podem ser captadas em belas cenas e recortes de monumentos arquitetônicos. Aqui vou entrar no mérito do preto e branco, pois em ambos os casos e se produzir mais algum sempre utilizarem o P&B, pois para este tipo de imagem julgo que o importante realmente são as formas, os contornos e a aura, que sobrepõem-se às cores.

Praga 2.003 - Olhando os arquivos desta viagem acabei me interesando por compartilhar mais algumas imagens que acho interessantes, desta cidade, inclusive pelo fato de terem sido resultado de umm defeito na camera que eu estava usando. A primeira e as 2 últimas sofreram um recorte, uma vez que a cortina da camera estava travando e não foi possivel captar a imagem toda. 01 - Rua Nerudova, uma pequena ladeira onde morou o poeta Pablo Neruda. 03 - Vista da torre da Igreja N.S. de Týn. 04 - Vista da área do Castelo a partir da margem do Rio Vlatva. 02 - Reflexo da torre do Castelo - Hrad. Voltei nesta imagem para que ela se integre aos outros reflexos já apresentados há alguns dias e outros que certamente estão arquivados e aparecerão oportunamente.

Praga - 2.003 - Era Verão em Praga, em nada lembrava a Primavera de 1968 e a invasão dos tanques Russos. A cidade que é um museu ao ar livre, com suas inumeras vielas, curvas, castelos e torres, esquentou-se mais ainda nesta noite de verão. A iluminação permitiu que este calor fosse captado pelas ruas enquanto estava a procura de algum local para aliviar a sede com alguma porção de Pilsner Urquell, considerada uma das melhores cervejas e produzida logo aqui na região da Boêmia. Estava vendo um texto do filósofo tcheco Vilém Flusser (1913-1990), que viveu no Brasil e escreveu a Filosofia da Caixa Preta, sobre a Fotografia. Disse ele:"Uma cidade pode ser efetivamente chamada de cidade se os centros urbanos estão integrados, em convívio harmônico, o espaço político, econômico e cultural. Na falta de um desses espaços, não nos movimentamos em uma verdadeira cidade e sim em um assentamento, em um mercado de troca de bens ou numa mera sede de governo. Enfim Praga é uma Cidade.

Ribeira - Natal - RN - 2.007 - Duas coisas me interessaram no bairro da Ribeira: a quantidade prédios antigos, quem contam a história da Cidade e a proximidade com o Rio Potengi, o que permite observar a chegada de barcos e navios no Porto do Mangue. Mas o assunto em questão aqui são os REFLEXOS. Há muito tempo tenho executado algumas imagens aproveitando de pequenos espaços preeenchidos por água, após uma chuva, para compor uma imagem nova, diferente da que se revela quotidianamente. Os fragmentos refletidos na água adicionam uma dimensão nova à imagem, ampliam nossa visão para além do quadro e consolidam outros elementos circundantes que de outra forma não poderiam ser percebidos no mesmo enquadramento. Ao adicionar mais estes elementos a idéia é dizer: ainda tem mais coisas ai em torno que não puderão pertencer a estas imagens, mas vejam os fragmentos e sonhem com as possibilidades.

Buzios - RN 2.007 / Maxaranguape - RN 2.007 - A ocupação da Praia, por cavalos, pessoas e veículos. è muito bom por estes lados, onde as praias aindas estão livres de inúmeros turistas; quase desertas pemitem-nos aproveita dos momentos de caminhada com mais tranquilidade. Separei estas fotos para falar de equilibrio, que aqui está retratado em 4 formas: sobre 4 patas, 4 rodas, duas ou 1 perna. Perdoem-me os puristas, mas na maioria das vezes eu vou transgredir e deixar o horizonte levemente inclinado, forçando nosso olhar e desafiando o equilibrio destas pessoas, seja lá de que forma se equilibram.
Equilíbrio (Fiore Carlos)

Luz... Abstrato.
Meta matéria.
Concreto
Tateável.
Felicidade
Mira, alvo,
Quintessência,
Vida
Etérea,
Dupla face.
Ponto de
Equilíbrio.

Largo do Mosteiro São Bento - São Paulo. Com vista para a rua Florêncio de Abreu, que ainda abriga uma série de fachadas quase centenárias, as Freias são da missa dominical.

Hannover - 2.003 - São Paulo - 2.001 e 2.003 - Berlin 2.002 - As Bicicletas - Há pouco tempo eu conversava com um amigo sobre o fato de eu ter observado que a imagem da bicicleta, de rodas e circulos é recorrente para muitos fotógrafos e ao menos um detalhe destes é visto invariávelmente em diversos autores. E onde será que está a incógnita? O que é que vemos? Seria a forma, o movimento ou o ponto de equilibrio? Sim o ponto de equilibrio que congela o movimento e faz com com a bicicleta fique congelada, apenas em sua duas rodas.....Ou ainda a sua elegância, esguia, esbelta, adequadamente coerente com o padrão estético da passarela. Enfim, fotografei algumas cenas urbanas onde o local pouco importa, mas a figura central é a nossa amiga de infância a bicicleta.

Bicileta de Recados (Manuel Alegre)

Na minha bicicleta de recados
eu vou pelos caminhos.
Pedalo nas palavras atravesso as cidades
bato às portas das casas e vêm homens espantados
ouvir o meu recado ouvir minha canção........