Já havia terminado meu trabalho na feira do Alecrim, tomado uma água e seguia de volta para casa a fim de baixar as imagens no computador e observar com mais calma o resultado final. Paro no semáforo e olho pela janela do carro, a máquina, ainda fora da bolsa, repousava sobre o banco do passageiro. Em poucos segundos me veio uma sensação de não perceber muito bem como aquela imagem estava ali, como aquela pessoa estava naquela posição, tão próximo ao chão, como se estivesse sentádo à beira da calçada observando o trânsito. A seguir, quando a pessoa se apresentou, após um esforçado movimento para atravessar a avenida, é que consegui ver e captar a imagem por completo. O tempo de um farol parado, alguns segundos, um filme retrocedendo na memória, uma sensação de "deja vú", ação rápida e mais uns instantes de uma cena urbana captado - "Para mim o sujeito de uma fotografia é sempre mais importante que a fotografia. E mais complicado..." - Diane Arbus .
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