sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
Cecilia Meireles
Cesto de peixes no chão.
Cheio de peixes, o mar.
Cheiro de peixe pelo ar.
E peixes no chão.
Chora a espuma pela areia,
na maré cheia.
As mãos do mar vê e vão,
as mão do mar pela areia
onde os peixes estão.
As mãos do mar vêm e vão,
em vão.
Não chegarão
aos peixes do chão.
Por isso chora, na areia
a espuma da maré cheia.
sábado, 12 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
.
Em criança os escolhos não foram removidos,
Agora, é demasiada tarde
Para escrever a sangue palavras poéticas na areia
Da praia,
Que não deixam rasto visível aos sentidos.
O tempo tem o seu tempo.
Quero voltar à praia para interpretar as palavras poéticas
Escritas a sangue na areia.
Assim, deixo o mundo.
Com a ânsia de desvendar
Os teus segredos.
O meu corpo é impuro e tenho consciência
De que a areia é sagrada.
É o espelho das almas
E reflecte os mistérios da vida.
Ideias sábias,
Que consomem o tempo, com o tédio da rotina
Que enlouquece a alma e o coração.
A poesia escrita a sangue na areia
Da praia,
Reflecte a vida dura
Dos pobres e dos marginais,
A quem nunca foi dada a oportunidade
domingo, 6 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Mulher - põe os sonhos no teu barco
e navega o mar com as mãos
alcança na areia branca
a luz da estrela do mar
e faça seu habitat
na concha desabitada
do eterno carocol...
Acende em arrebol
a lente da sabedoria
para seguir seu destino
norteando-se norte a sul
pelo mar - reino secreto...
Enfrenta - Mulher - as ondas entreabertas e gigantes
que escorrem por teus dedos
pincelando com magia
o coração - ilha deserta...
E as ondas silenciosas,
na vazante da existência,
sobrevivem às marés baixas
levando no barco da saudade
o aceno branco no final do dia.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
A Noite na Ilha (Pablo Neruda)
Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
embaixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o que agora - pão,
vinho, amor e cólera - te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.
domingo, 29 de novembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem
as trevas como um duplo tambor
combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
Noturna travessia, brasa negra do sonho.
Interceptando o fio das uvas terrestres
com pontualidade de um trem descabelado
que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate.
Com as asas de um cisne submergido,
para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.