Canção dos Três Barcos (Cecília Meireles)
Meu avô me deu três barcos:
um de rosas e cravos,
um de céus estrelados,
um de náufragos, náufragos...
ai, de náufragos!
Embarcara no primeiro,
dera em altos rochedos,
dera em mares de gelo,
e partira-se ao meio...
ai, no meio!
No segundo me embarcara,
e nem sombra de praia,
e nem corpo e nem alma,
e nem vida e nem nada...
ai, nem nada!
Embarcara no terceiro,
e que vela e que remo!
e que estrela e que vento!
e que porto sereno!
Ai, sereno!
Meu avô me deu três barcos:
um de sonhos quebrados,
um de sonhos amargos,
e o de náufragos, náufragos!
Ai, de náufragos!
Meu avô me deu três barcos:
um de rosas e cravos,
um de céus estrelados,
um de náufragos, náufragos...
ai, de náufragos!
Embarcara no primeiro,
dera em altos rochedos,
dera em mares de gelo,
e partira-se ao meio...
ai, no meio!
No segundo me embarcara,
e nem sombra de praia,
e nem corpo e nem alma,
e nem vida e nem nada...
ai, nem nada!
Embarcara no terceiro,
e que vela e que remo!
e que estrela e que vento!
e que porto sereno!
Ai, sereno!
Meu avô me deu três barcos:
um de sonhos quebrados,
um de sonhos amargos,
e o de náufragos, náufragos!
Ai, de náufragos!
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