sexta-feira, 31 de julho de 2009

INFINITO VIII

JANELA PARA O MAR (Eduardo Pinto Basto / José Fontes Rocha)

Como se o mar se exprimisse
Fui à janela e disse,
Disse ao mar de tempestade,
Disse ao mar de calmaria,
Ao horizonte sem fim,
Disse a palavra alegria
A este mar que há em mim.

Como se fosse infinito,
Disse, à janela, um grito,
Disse ao mar toda a verdade,
Feita de ondas e espuma,
De ventos, sal e areias:
"Não és mar, coisa nenhuma,
Senão mar nas minhas veias".

O mar que já sei de cor
Parece à noite maior,
Um grande mar de saudade
Onde este vento que solta
O mar e a caravela
Traz a alegria de volta
Ao mar da minha janela.

O mar que já sei de cor
Parece à noite maior,
Um grande mar de saudade
Onde este vento que solta
O mar e a caravela
Traz a alegria de volta
Ao mar da minha janela.

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