quarta-feira, 29 de abril de 2009
FAZENDA SABOEIRO - CAICÓ - 2.008
Estrela da manhã
Nasci pra ser seu dia
Viver no teu amor
É tudo que eu queria
Ai, coração
Ai, coração
Meu coração é teu
Quer se perder
Quer ter você agora
O que é que eu vou fazer
Pra não sofrer
Se você for embora
Estrela da manhã
Nasci pra ser seu dia
Viver no teu amor
É tudo que eu queria
Ai, coração
Ai, coração
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
domingo, 26 de abril de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
VISTA DAS COLINAS - FAZENDA SABOEIRO
um
movi
mento
compondo
além
da
nuvem
um
campo
de
combate
mira
gem
ira
de
um
horizonte
puro
num
mo
mento
vivo
Décio Pignatari -1956
sexta-feira, 24 de abril de 2009
FLOR SOLITÁRIA
Flor violeta
refletes a cor
do meu interior
procurando o vento
sol indireto
dormindo ao relento
Flor do tempo
Necessário cuidado
se o sol invade
é passageiro
mas queima e arde
todo sonho guardado
Flor pequenina
do tamanho do sopro
de minha esperança
Flor criança
acredita que não será
despetalada
mas a vida nos alerta
para ventos fortes
sol queimando
ameaçando
nosso florir
Flor solitária
Sou seu jardim
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
ESTUDANDO NA ESCADA - 2008
Quem o vê tão sossegado,
Pensa logo: - “É quase certo
Estar fazendo algo errado,
Pois não há ninguém por perto .
.
Entretanto, não se assustem;
Podem crer, não houve nada;
O menino está quietinho,
Sentado em meio da escada.
.
Nem em cima, nem embaixo
- como podem constatar –
Há um degrau , um sómente ,
Que ele escolhe pra sentar.
.
Fica ali horas, sonhando;
É soldado, é marinheiro ...
Pra ele, aquele degrau
Representa o mundo inteiro .
.
Por isso, vamos deixá-lo ,
Que não venha a despertar;
Saímos, pé ante pé ...
- é tão gostoso sonhar !...
domingo, 19 de abril de 2009
A CAMINHO DE CAICÓ - 2.008
Na porta
a varredeira varre o cisco
varre o cisco
varre o cisco
Na pia
a menininha escova os dentes
escova os dentes
escova os dentes
No arroio
a lavadeira bate roupa
bate roupa
bate roupa
até que enfim
se desenrola
e o mundo gira imóvel como um pião!
sábado, 18 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
quinta-feira, 16 de abril de 2009
FAZENDA SABOEIRO - CAICÓ/RN - 2.008
Passou; viu a porta aberta.
Entrou; queria rezar.
A vela ardia no altar.
A igreja estava deserta.
Ajoelhou-se defronte
Para fazer a oração;
Curvou a pálida fronte
E pôs os olhos no chão.
Vinha trêmula e sentida.
Cometera um erro. A Cruz
É a âncora da vida,
A esperança, a força, a luz.
Que rezou? Não sei. Benzeu-se
Rapidamente. Ajustou
O véu de rendas.
Ergueu-se
E à pia se encaminhou.
Da vela benta que ardera,
Como tranqüilo fanal,
Umas lágrimas de cera
Caíam no castiçal.
Ela porém não vertia
Uma lágrima sequer.
Tinha a fé, — a chama a arder, —
Chorar é que não podia.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Cruzeiro - Currais Novos - 2008
terça-feira, 14 de abril de 2009
Atravessando o açude....
...
É na água que vejo a sua luz descendo o rio.
As mulheres passam em silêncio para as casas,
atravessam a pele – deixam um retracto puído nas entranhas.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Pela estrada havia uma árvore....
A estrada estará sempre em construção.
Interminável.
Com suas distâncias invencíveis,
seu cortejo de nuvens eternas...cantando.
nem chuva, nem chão.
Cada palavra é uma pegada.
domingo, 12 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Solo Seco
Soneto sertanejo (Jorge Fernando dos Santos)
"Sertão é dentro da gente" *
Ser tão sozinho me dói
Rio que já fez enchente
A seca hoje corrói
Na seara desta vida
Ceará é o meu Saara
Um mar de areia moída
Que o vento sopra e não pára
Peixe não é passarinho
Se tropeço numa pedra
Dessas que têm no caminho
Lembro a navalha e a seda
Iguais à flor e ao espinho
Margens da mesma vereda
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Agua em solo seco
A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
Sem sacar que o espinho é seco
Sem sacar que seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino secará
Ô chuva, vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ô chuva, preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotoado céu
Pode ser coco derramando
terça-feira, 7 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009
sábado, 4 de abril de 2009
A Caminho de Caicó - Há quem goste de barcos !
Um Barco Ancorado (Miriams Algires)
Quando te sinto distante
Tenho no olhar um pássaro assustado,
Os meus dedos ficam mudos,
Loucos, sem Norte.
Os sorrisos perdem-se
Em terras de ninguém.
Gosto de Te seguir
Na cor dos Teus gestos,
Deixando a Tua luz
Iluminar os meus olhos.
Sou um barco ancorado,
Neste porto que não é meu,
E mal conheço.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
A caminho de Caicó/RN - 2.008
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos,
E podemos cantar, é porque estamos,
Nus em sangue, embalando a própria dor,
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos,
E a alma possuirá esse esplendor,
Prometido nas formas que perdemos.