Não é difícil imaginar o espanto de um homem pré-histórico ao avistar a sua sombra projetada pelas chamas de uma fogueira na parede de uma caverna. Mágica e incompreensível, em princípio, logo ele deve ter apreendido que os três elementos (o homem, a sombra e a luz) se encontravam visceralmente ligados. Um movimento dele pra lá, um movimento dele pra cá, com o corpo interposto entre as chamas e a parede, e a sombra o acompanhando fielmente. E não é difícil também imaginar que o passo seguinte à descoberta da sombra projetada na parede da caverna, via incidência das chamas da fogueira, foi estabelecer um ato voluntário de projeção: mãos criando figuras animadas para a ilustração de narrativas e uma platéia maravilhada em volta, com a fome recém saciada, esparramada sobre os restos da última caçada. (Francisco de Moura Pinheiro)
sexta-feira, 8 de maio de 2009
DUPLO II
Não é difícil imaginar o espanto de um homem pré-histórico ao avistar a sua sombra projetada pelas chamas de uma fogueira na parede de uma caverna. Mágica e incompreensível, em princípio, logo ele deve ter apreendido que os três elementos (o homem, a sombra e a luz) se encontravam visceralmente ligados. Um movimento dele pra lá, um movimento dele pra cá, com o corpo interposto entre as chamas e a parede, e a sombra o acompanhando fielmente. E não é difícil também imaginar que o passo seguinte à descoberta da sombra projetada na parede da caverna, via incidência das chamas da fogueira, foi estabelecer um ato voluntário de projeção: mãos criando figuras animadas para a ilustração de narrativas e uma platéia maravilhada em volta, com a fome recém saciada, esparramada sobre os restos da última caçada. (Francisco de Moura Pinheiro)
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